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Existem lideranças que são maiores que seus partidos?


Lula durante discurso para metalúrgicos, em São Bernado do Campo, durante a ditadura. (FOTO/ Fernando Pereira/CPDoc JB/Memorial da Democracia

Uma questão é certa. Partidos políticos, como o próprio nome diz, representam uma parte. Cada agremiação tem sua representatividade, que vai desde o capitalismo/mercado, setores da elite ao/a trabalhador/a. Sinto que faltam muitas bandeiras ainda a serem incorporadas, sobretudo aos partidos que se autointitulam "progressistas" e de "esquerdas". É preciso, outrossim, reconhecer que há lideranças que se tornaram maiores que suas agremiações, inclusive criadas por eles próprios. Leonel Brizola (in memoriam) pelo PDT e Lula pelo PT, são exemplos.


Brizola e Lula dispensam comentários. Brizola foi o único político brasileiro que foi eleito governador por dois Estados diferentes (RS e RJ), além de ter liderado a Campanha da Legalidade dando o direito constitucional de João Goulart (Jango) assumir a presidência pós renúncia de Jânio Quadros. Ele também foi um fervoroso defensor da democracia em tempos de ditadura, fazendo com que fosse exiliado. Com a Lei da Anistia, retorna ao Brasil e em 1984 apoia a Campanha das Direitas Já. Brizola foi um dos fundadores do PTB e do PDT e teve a educação pública, gratuita e de qualidade como sua principal bandeira. Soube no momento certo colocar as divergências políticas e individuais de lado em prol do interesse coletivo. Foi, inclusive, vice de Lula nas eleições de 1998. Este, por sua vez, há quem diga que não precisou "sair da vida para entrar na História" como fez Getúlio Vargas. Lula mostrou que o povo simples pode chegar á presidência e não só chegar, mas fazer um bom mandato. Ou mandatos. Preso sem provas contundentes e por um juiz que mais parecia um acusador e que depois virou ministro do principal opositor do próprio Lula, o petista deu a volta por cima. Liberto, volta a disputar a presidência e sai vitorioso na maior aliança já feita na recente história política do país. Lula se tornou, assim, o primeiro político a vencer três vezes a presidência do Brasil. O operário também lutou contra a o regime ditatorial.


Brizola durante discurso pelas Diretas Já para presidência da República. (FOTO/ Acervo CPDoc FGV).

Dentro desse ambiente, vários são os nomes que tentam se associar a estes, mas suas biografias ainda são minúsculas e, ou cheias de contradições muito refém do próprio ego que não para de querer alimentação.


Há agremiações ainda que estão dando os primeiros passos e, por tanto, lideranças também. Cito aqui Rede, PSOL e UP. Pela primeira, Marina Silva que demonstrou nessas eleições que o interesse coletivo tem que ser maior que o individual e que as diferenças que separa grupos/pessoas é muito menor dos que as semelhanças. Se continuar nesse caminho tem tudo para ser lembrada pela História. Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, do Psol e Leo Péricles, da UP, são também nomes que estão no caminho certo.


E a nível de Ceará?; de cariri? tem? Em breve uma notinha.


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